O INESC TEC, através do seu Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes (CRIIS), tem uma estratégia e um roteiro para abordar este desafio e tem apostado fortemente na investigação e no desenvolvimento tecnológico nos setores agrícola, agroalimentar e florestal.
AgRob: Robótica para Agricultura e para a Floresta
Esta estratégia visa contribuir para o cumprimento da agenda europeia e nacional para o desenvolvimento da capacidade do país em rentabilizar as suas áreas cultiváveis e assim aumentar a produção nacional.
A linha AgRob tem como principal foco a investigação e desenvolvimento de soluções móveis para o setor agrícola e florestal, capaz de executar tarefas tais como monitorização da condição de desenvolvimento e operação de cada fileira produtiva, pulverização, poda e colheita seletiva, no sentido de aumentar a eficiência e contribuir para uma maior sustentabilidade.
Por forma a garantir uma condução autónoma dos robôs em explorações agrícolas, os investigadores do INESC TEC recorreram a um conjunto de tecnologias, sendo que o GPS faz parte da solução, mas não atua sozinho. Fazem uso de sistemas LIDAR, sensores de profundidade de campo e câmaras de estereoscopia.
Com todas estas tecnologias, o AgRob V16 consegue mapear uma unidade agrícola, utilizando marcadores naturais (árvores, rochas, edifícios, etc.) que servem de referência. As coordenadas fornecidas por estes marcadores poderão ser complementadas por marcadores artificiais, nomeadamente emissores de sinais RF. O AgRob V16 consegue determinar a sua posição mesmo na ausência de sinal de GPS, momento em que começam a ser usados automaticamente os marcadores.
O mapeamento pode ser um fator crítico, mas não chega, por si só, para evitar incidentes num cenário dominado pela irregularidade e por elementos em movimento (pessoas, máquinas, animais, ramos de árvores e arbustos empurrados pelo vento). Neste objetivo, o AgRob conta com deteção avançada de obstáculos que o imobiliza na presença destes.
A utilização deste tipo de tecnologia já está a permitir reduzir o tempo de várias operações culturais com o aumento da sua eficiência, como por exemplo a pulverização inteligente com a consequente redução de aplicação de fitofármacos onde não são necessários, eliminado desperdícios e maior contaminação.
Permitirá igualmente num curto prazo a realização de tarefas para os quais existem poucos recursos humanos como a poda e a desponta, operações muitas vezes realizadas em terrenos muito inclinados e sob condições climatéricas adversas. Estamos, portanto, em presença de uma tecnologia amiga e potenciadora de mais explorações eficientes com o aumento de recursos humanos e não só.
Poderá obter mais detalhes sobre esta linha de investigação aqui e mais informações sobre o projecto AgRob em agrob.inesctec.pt.
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