O desenvolvimento desta mini nave espacial contou, praticamente desde o seu início, com uma forte participação portuguesa, através do trabalho de cerca de 30 engenheiros nacionais, provenientes do ISQ, que trabalharam nos ensaios de desenvolvimento do escudo térmico não ablativo, a principal inovação do IXV. Em causa estiveram aproximadamente 15.000 horas de trabalho e um investimento da ordem dos 2.000.000,00€.
A participação neste tipo de projectos permite ao ISQ ganhar mais competências, experiência e credibilidade em sectores industriais muito exigentes, permitindo o alargamento das suas actividades, no mercado aeroespacial e noutros sectores.
Para o ISQ “o investimento feito não se esgota neste projecto; vai permitir a dinamização da nossa actividade e o desenvolvimento de novas áreas de negócio. Ganhámos um conjunto de competências e de credibilidade neste mercado que vão reforçar as nossas vantagens competitivas e abrir a porta a projectos internacionais mais ambiciosos nas mais diversas áreas”, afirma Paulo Chaves, que desenvolve o mercado aeroespacial no ISQ.
Neste caso concreto, a participação no desenvolvimento do IXV só foi possível pela constante aposta na criação de conhecimento adaptado às necessidades dos seus clientes industriais, posicionando-se o ISQ como entidade de topo no que respeita a serviços, inspecção, ensaio, formação, consultoria técnica, inovação e desenvolvimento de novas tecnologias.
Durante os cinco anos de intensa presença neste projecto, o ISQ participou nas diversas fases de elaboração da tecnologia do sistema de protecção térmica do IXV, utilizando vários laboratórios do Grupo em Portugal, tendo estado presente também na preparação do lançamento do veículo, no Centro Espacial Europeu, em Kourou. Neste processo estiveram envolvidos cerca de 20 técnicos em Portugal e mais 6 em Kourou.
De sublinhar que o ISQ foi a principal entidade Portuguesa envolvida no desenvolvimento do IXV, tendo acompanhado em permanência o projecto desde o seu início, há cerca de 8 anos. Deste envolvimento, a colaboração mais recente decorreu no centro de ensaios de Castelo Branco, onde se realizaram os ensaios de qualificação do sistema.

O lançamento do IVX está previsto para dia 11 de Fevereiro, num foguete VEGA, para que possa atingir uma altitude superior a 400 Km e uma velocidade de 7,5Km/s. Será realizada uma trajectória equatorial e, com o apoio dos seus pequenos propulsores, a uma altitude de aproximadamente 120Km, será feita a reentrada na atmosfera. Após a reentrada, e durante as fases de voo hipersónica e supersónica, será recolhida uma extensa quantidade de dados. O IXV irá dirigir-se para a zona de amaragem com o apoio dos seus flaps aerodinâmicos. A amaragem, no Oceano Pacífico ao largo da Colômbia, será amortecida através da abertura de 4 paraquedas, sendo depois o veículo recolhido por um navio que o trará de volta à Europa para nova bateria de testes/ensaios, em que o ISQ irá participar.
O perfil definido para este voo é totalmente representativo da reentrada na atmosfera de veículos em orbita baixa. A trajectória equatorial foi escolhida por permitir um melhor seguimento por parte das estações de rastreamento terrestres, para além de proporcionar um período de tempo mais longo para testar o comportamento dinâmico e cinemático do veículo.
A concretização do IXV reveste-se de grande relevância a nível europeu. Possibilita, por um lado, a validação de tecnologias para futura utilização e, por outro, reafirma a vontade europeia de manter um acesso independente ao espaço, face às restantes potencias mundiais.
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