Isto é o que pretendo explanar, neste artigo de quatro partes que tem o seu início hoje, pretendo dizer o que nunca foi dito sobre a fatura eletrónica. Este artigo torna-se necessário porque há inúmeras questões que se não forem atempadamente trabalhadas podem pôr em causa todo o projeto e deixar todos os intervenientes num estado de frustração extrema.
Para começar convém referir que há três intervenientes-chave e que todos estes enfrentam desafios durante a implementação da solução.
Para uma melhor explicação vou dedicar, como anteriormente dito,um pedaço de artigo a cada um deles. Culminando com a solução sobre como vencer estes desafios.
Antes de mais tenho de referir que isto é um artigo onde se pretende apresentar um conjunto de fatores que no seu todo criam um cenário ideal para o insucesso.
Comecemos pelo Cliente, ou seja a empresa que quer implementar um processo de receção de faturas dos seus fornecedores. Este inicia o processo contactando, ou então é contactado, pelo comercial que lhe apresenta uma visão de como tudo funciona sem problemas, onde os sistemas de todos os intervenientes comunicam automaticamente, praticamente sem intervenção humana, e onde as despesas operacionais tendem a diminuir consideravelmente. O que não é mentira, mas que só será possível quando o projeto estiver concluído. Até lá há muito trabalho a desenvolver o que regra geral não é mencionado, ou noutros casos bem detalhado quer na proposta quer no plano do projeto.

Deixo também o alerta como especialista da área, de que se alguém lhe disser que este processo dura apenas três meses, fique a saber que é uma projeção irrealista. Comecemos esta explicação pelo início, pelo que vai acontecer no Cliente que compra a solução de fatura eletrónica. Para começar é preciso conhecer o estado da infraestrutura tecnológica e do sistema de gestão, o que é chamado de ERP, o que existe e em que versão, de forma a garantir a interoperabilidade e saber se vai ser necessário fazer ajustes.
Posteriormente deve-se analisar e otimizar os processos operacionais, isto é, validar os dados, definir regras, padrões e garantir que os códigos utilizados por todas as entidades de forma a uniformizar o processo. são os mesmos. Outro passo importante do lado do cliente é envolver as pessoas, pois se os colaboradores da base piramidal, que lidam diretamente com a solução atual e com a parte operacional, não forem considerados, todo o projeto pode tornar-se obsoleto.
Genericamente há um entendimento primário de que este é um projeto pensado para ajudar a equipa financeira e atrapalhar a vida dos informáticos, mas tal não é verdade, e por isso a comunicação e cooperação entre todas as partes é essencial para o sucesso. Não só para a definição da otimização do fluxo organizacional, mas principalmente, para facilitar o trabalho de toda a equipa. Porque por vezes a noção imediata é de que a nova solução vai implicar alterações estruturais profundas, como por exemplo despedimentos. Quando alguém tem isso em mente, existe a tendência para sabotar o processo e proteger o seu posto de trabalho.
Próximo artigo: A perspetiva das equipas técnicas: o fornecedor de ERP, o implementador do projeto e o cliente
Por Wilques Erlacher | Especialista e Consultor em EDI e Faturação Eletrónica e Business Development Manager na Saphety
Aderi á fatura eletrônica na MEO e foi péssimo. Quando quiz desistir foi muito difícil e tive de passar a pagar mais 1€ por fatura. Resumindo fui castigada.
Para primeiro artigo está muito simples. Diria até demasiado.
Por outro lado mistura dois conceitos, a fatura electrónica em si, que não é explicado de que se trata, ou o que pode ser considerado uma fatura electronica. O segundo conceito que trata da organização interna, pouco terá de relação com a fatura electronica.
A organização interna e respectivo workflow de validação /aprovação é válida tanto para a fatura eletronica como para a fatura em papel ou, para complicar mais, para a fatura recebida em papel mas que circula internamente em formato digital.
Vamos ver o que nos aguardam os restantes episódios, mas seria bom desde já descrever o que pode ser considerada uma fatura eletronica (não é o pdf que alguém mandou por mail, salvo se esse pdf estiver assinado digitalmente).
Se isto é a parte 1, então as 4 partes facilmente se encaixavam em 1 artigo apenas.
Um terço deste artigo é a explanar como é que as outras partes serão estruturadas.
Sendo o autor um especialista e consultor de uma empresa com interesses no mercado da faturação eletrónica, a opinião poderá ser turva quanto à “verdade nua e crua”. No entanto é e será sempre uma opinião a ler e a considerar. Just my two cents.