O ano de 2014 marcou o final de uma longa década de consumo de tecnologias de informação dinamizada e liderada pelos consumidores e as suas necessidades.
A Deloitte prevê contudo, na sua mais recente edição do estudo Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions, que a partir do segundo semestre de 2015 sejam já as empresas a liderar e a dinamizar a adoção de tecnologias, com os dispositivos IoT, os wearables, as impressoras 3D, os drones a responderem de forma mais direta às necessidades das empresas do que às dos consumidores.
Esta mudança de foco é explicada pelos benefícios de escala na utilização das tecnologias e pelo potencial valor associado à análise e tratamento de informação por parte das empresas, benefícios que não estão de momento ao dispor do consumidor individual.
O desenvolvimento destas novas soluções, além de permitir às empresas descobrirem novas oportunidades de negócio, vai também dinamizar o ecossistema global de soluções ICT e de serviços digitais, com os principais players a posicionarem-se para proporcionar aos seus clientes todo o suporte necessário à transição para esta nova realidade tecnológica.
Em particular, a adoção de soluções de Internet of Things (IoT) por parte das empresas apresenta potenciais benefícios quer ao nível da otimização e redução de custos, quer ao nível do endereçamento do mercado e do conhecimento do cliente.
Alavancando a integração com outras soluções ICT como o cloud e o analytics/Big Data, as soluções de IoT podem criar novas fontes de valor que tornarão qualquer empresa mais competitiva. Contudo, para beneficiar de todo o potencial associado ao IoT, é necessário encontrar novos modelos de negócio, muitas vezes disruptivos, que mudam a forma como o próprio serviço é comercializado e distribuído pelos fornecedores e consumido pelas empresas.
Ainda existem poucas normas e standards definidos e a segurança é um importante obstáculo à implementação, mas os potenciais benefícios são tão elevados que muitas empresas estão já avançar com incorporação das tecnologias IoT.

Atualmente na sua 14a edição, o estudo TMT Predictions proporciona uma visão de 12 a 18 meses das principais tendências mundiais da indústria de tecnologia, media e telecomunicações. Para mais informação sobre o estudo, aceda a http://www.deloitte.com/Predictions2015.
Resumo das Principais tendências do “TMT Predictions” que irão marcar 2015 e 2016:
Tecnologia
- Será o fim do ímpeto da adopção das TI pelos consumidores residenciais? – Em 2015|16, a adoção de tecnologias tenderá a ser liderada pelo mercado empresarial, revertendo uma tendência de uma década, mais centrada no consumidor, impulsionada pela adoção massiva das tecnologias, como smartphones com ecrãs amplos e tablets, pelos consumidores.
- The Internet of Things (IoT) – Este ano, mais de 60% dos mil milhões de dispositivos IoT wireless serão comprados, pagos e utilizados por empresas, apesar da atenção que é dada aos dispositivos domésticos e que permitem aos consumidores controlar termostatos, luzes e eletrodomésticos. Estima-se que o hardware específico para este tipo de dispositivos possa valer 10 mil milhões de dólares, enquanto o mercado dos serviços empresariais baseados nestas tecnologias valerá 70 mil milhões de dólares.
- Drones: high-profile e mercados de nicho – Os drones terão múltiplas aplicações industriais e governamentais em 2015. O estudo da Deloitte prevê que as vendas de drones não-militares alcancem as cerca de 300 mil unidades, elevando o total já existente para mais de 1 milhão. Apesar dos consumidores ou produtores/consumidores se destacarem como principais compradores, o valor real dos drones virá do uso profissional.
- Impressão 3D com foco na inovação empresarial – Cerca de 220 mil impressoras 3D serão vendidas em todo o mundo em 2015, gerando um valor total de 1,6 mil milhões de dólares. O estudo estima que cerca de 80% do valor total de impressoras 3D seja gerado pelas empresas e não pelos consumidores, o que significa que a revolução ocorrerá no mercado empresarial.
- Baterias de smartphones: melhores, mas não inovadoras – A qualidade da vida útil das baterias irá provavelmente manter-se como um fator-chave para o consumidor no momento de escolher o seu próximo smartphone. A tecnologia das baterias recarregáveis de lítio íon (Li-Ion), utilizada em todos os smartphones, irá progredir ligeiramente em 2015, mas não terá mais do que 5% de unidades de carga ou miliamperes hora (mAh) do que o modelo de 2014, mantendo as mesmas dimensões e voltagem.
- Click and Collect: redefinição do conceito de conveniência – O número de espaços de entrega de produtos comprados online na Europa – seja uma seção numa loja, num centro comercial ou um cacifo numa estação de entregas – irá atingir este ano o meio milhão, um aumento de 20% em relação ao ano passado.
- Introdução moderada, e sem grande expressão, dos nano satélites – No final de 2015, mais de 500 nanos satélites (satélites com menos de 10 kg) estarão em órbita. Os nano satélites são atrativos por muitas razões: são mais baratos do que os convencionais, mais leves, mais fáceis de construir e testar, e também de lançar. Embora estejam cada vez mais aptos para tarefas mais complexas, irão provavelmente complementar e não substituir o mercado de satélites de grande dimensão.

Media
- Vídeos de curta duração: um futuro, mas não o futuro da televisão – O tempo total gasto a assistir a vídeos de curta duração e outros programas online com menos de 20 minutos representará menos de 3% de todos os vídeos assistidos este ano, a nível mundial. Será, portanto, pouco provável que este continue a ser o formato de vídeo predominante e até que o seu desempenho continue a ser medido em horas de visualização ou receitas.
- Millennials estão a gastar em TMT, contrariamente ao previsto – Os millennials norte- americanos (jovens nascidos a partir de 1982) irão destacar-se em 2015 e gastar uma média anual de 750 dólares em conteúdos, tanto tradicional como digital. Televisão paga, música, jogos, livros, desporto ao vivo, streaming de vídeo e até artigos digitais de jornais impressos, são os conteúdos em que os millennials mais gastarão.
- Livros impressos continuam a reunir as preferências – As vendas de livros impressos serão cinco vezes maiores do que as de eBooks. Os livros digitais não substituíram os tradicionais como aconteceu com os CDs, os jornais impressos e as revistas, que registaram quedas nas vendas. Os jovens (18-34 anos) estão tão ligados aos livros impressos como as gerações mais velhas, leem tanto quanto elas e estão dispostos a pagar.
Telecomunicações
- Pagamentos por dispositivos móveis ganham (finalmente) expressão – O final de 2015 irá marcar o ponto de viragem em relação ao uso de dispositivos móveis, como os smartphones, para pagamentos em lojas físicas. Este será o primeiro ano em que os pré- requisitos para a adoção deste formato – envolvendo as instituições financeiras, comerciantes, consumidores e fornecedores de dispositivos – serão suficientemente cumpridos. Até ao final do ano, cerca de 10% dos smartphones em todo o mundo vão ser utilizados pelo menos uma vez por mês como meio de pagamento em lojas físicas, comparado com os menos de 0,5% (liderado pelos early adopters do Japão) dos cerca de 450 milhões de smartphones utilizados para esse efeito, em meados de 2014.
- Mercado excederá os mil milhões de upgrades em smartphones – Este ano serão vendidos 1,35 mil milhões de smartphones em todo o mundo, sendo que mais de mil milhões serão upgrades – substituição dos modelos antigos por novos. O tamanho do ecrã, a velocidade, a capacidade de armazenamento, o software atualizado e o design continuarão a guiar o crescimento deste mercado.
- Proliferação da internet aumenta gap de conectividade – Em termos globais, o número de lares com internet de banda larga deverá aumentar cerca de 2%, para os 725 milhões de casas, tal como a velocidade média da banda larga na maioria dos países, cerca de 20%. A diferença entre os que têm acesso às velocidades de banda larga e os que dispõem de velocidades básicas irá continuar a aumentar em 2015 e 2016, proporcionando experiências variadas de casa para casa, especialmente nas aplicações de grande largura de banda como o streaming de vídeo.
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