1) O terceiro trimestre foi simplesmente fantástico. A que se deve tanto sucesso?
Efectivamente foi um trimestre fantástico , no qual conseguimos alcançar várias recordes, nas mais diversas áreas de negócio. Destacar que conseguimos facturar 14,6 mil milhões de dólares, ou seja mais 9% comparativamente ao ano passado, superando assim todas as expectativas .
Sabíamos que as metas para este trimestre eram altas mas fomos capazes de as superar, mostrando um comportamento muito positivo nomeadamente no segmento dos PCs, que tem vindo a crescer de forma considerável tendo em conta a “quantidade” de inovação que fomos capazes trazer para o mercado. A destacar também o grupo de Centro de Dados, que cresceu 16%, o que mostra bem a importância desta área.
Este trimestre conseguimos comercializar mais de 100 milhões de processadores que foi também outro recorde.
2) Quando muitos consideravam o segmento dos PC’s morto, o que fez a Intel acreditar que afinal o segmento dos PC’s poderia ser muito lucrativo?
A Intel sempre considerou o PC como um equipamento primordial para os utilizadores. Outros equipamentos, como os tablets, têm vindo a conquistar o mercado doméstico e empresarial, especialmente nos últimos 3 a 4 anos. No entanto o PC é um equipamento indispensável e para melhorar e voltar a “trazer a atenção” dos consumidores foi preciso inovar. Para tal melhoramos a nossa tecnologia! Actualmente estamos a fabricar processadores de 14 nm e apresentamos recentemente na IFA o core M, um processador que oferece a melhor performance da família de processadores Core (para dispositivo sem ventilador) que garante a melhor autonomia. Esta é uma das principais áreas de crescimento dos nossos mercados. Consideremos que os consumidores se sentem atraídos por renovar e houve também muitas empresas a renovar devido ao facto da obsolescência do Windows XP.
3) Internet das Coisas. Que estratégias tem a Intel para este novo mundo da Internet?
O mundo da Internet das coisas é muito amplo e complexo. A Intel está tendo uma estratégia de tentar ligar a Internet das coisas de vários pontos de vista. Se olharmos para os últimos meses, a Intel anunciou o CPU Intel Quark, apresentou a plataforma Edison, plataformas de desenvolvimento como o Galileu, modems 3G como Lte, para dotar qualquer dispositivo da capacidade de comunicação, etc.
Estamos também a trabalhar ao nível dos Centros de dados para dar resposta ao Big Data. Iremos apostar também no segmento automóvel, no segmento das empresas eléctricas, no segmento do Healthcare e também no segmento do wearables, onde já estamos fazer coisas importantes (alguns dispositivos serão vistos no mercado nos próximos meses).
4) Quais as previsões de crescimento para 2015?
Se alcançarmos as expectativas, este ano cresceremos cerca de 6% relativamente a 2013. Apenas em Novembro poderemos dar uma previsão para 2015 mas o objectivo será ter um crescimento na ordem dos dois dígitos. Nos próximos dois meses haverá mais informação. No entanto a estratégia terá de passar pelos mesmos pilares, estabilização do segmento dos PC’s, manter o crescimento ao nível do Centro de Dados e uma presença cada vez maior e mais forte nos restantes segmentos. Falando por exemplo no segmento dos tablets, só este trimestre vendemos cerca de 15 milhões de processadores o que nos põe em linha com o objectivo de chegar as 40 milhões de unidades vendidas este ano.
5) Com estes resultados, e em especifico na área dos processadores, considera que a AMD continua a ser uma forte concorrente?
A Intel tem muito respeito pelos seus concorrentes. Eu acho que a AMD foi capaz de colocar no mercado produtos muito competitivos, desde há muitos anos e deverá manter a estratégias em novos segmentos. Eu acho que competição é cada vez mais complexa pois cada vez se integram mais componentes dentro do SoC (algo que antes não acontecia, já que cada empresa fabricava o seu próprio componente)…o que é certo é que a nossa mais valia é ir cumprindo a lei de Moore que nos poderá diferenciar dentro deste segmento. Actualmente acho que temos uma vantagem importante…estamos já a fabricar CPU’s de 14 nm e isto dá-nos uma vantagem muito importante relativamente à AMD e a outros fabricantes de processadores com outras arquitecturas.Esta é a nossa estratégia…ir ampliando a nossa capacidade de fabricar tecnologias e sermos inovadores.
6) Qual o cenário relativamente à Intel no mercado português?
Relativamente ao mercado português, este tem dado sinais de recuperação e estamos muito optimistas. O primeiro trimestre foi muito positivo, comparativamente ao período homologo de 2013, que foi um ano muito duro. Crescemos no total cerca de 10%, graças ao segmento empresarial e vimos que o sector público está também a lançar alguns concursos de renovação e está em linha com a situação macroeconómica que se está a viver apesar das dificuldades que obviamente vão persistindo. No entanto Portugal está nos “números verdes” e esperamos que se mantenha.
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