Um estudo realizado pela EY sobre o papel da Huawei e o seu impacto na economia portuguesa revela a importância da empresa, a operar em Portugal há duas décadas, no desenvolvimento das redes 5G em Portugal e os riscos associados de uma possível exclusão da empresa deste processo.
Exclusão da Huawei do 5G pode custar mais de mil milhões de euros à economia portuguesa
A Deliberação de 2023 da Comissão de Avaliação de Segurança, constituída no âmbito do Conselho Superior para a Segurança do Ciberespaço, abre a porta a uma possível exclusão da Huawei da infraestrutura 5G em Portugal. Esta decisão, segundo o estudo “The role of Huawei and its impact in Portuguese society”, divulgado agora, pode comprometer não só a competitividade do país no cenário global, mas também o acesso dos cidadãos portugueses a uma tecnologia crucial para o seu futuro.
O estudo, desenvolvido pela equipa da EY, destaca quatro conclusões:
- Impacto económico – O ecossistema da Huawei em Portugal contribui com 718 milhões de euros por ano para a economia nacional, dos quais 197 milhões correspondem a Valor Acrescentado Bruto (VAB). O efeito multiplicador do ecossistema Huawei é de 2x na produção nacional e de 7x no emprego.
- Custos da exclusão – A substituição dos equipamentos Huawei na rede 5G acarretaria um custo total superior a mil milhões de euros para a economia portuguesa, incluindo 339 milhões de euros em investimentos de substituição e 193 milhões de euros em investimentos futuros, impactando negativamente os consumidores, com um aumento estimado de 7% nas tarifas médias.
- Atraso na implementação do 5G – A exclusão da Huawei poderia atrasar a implementação completa da rede 5G no país, resultando em perdas de produtividade que podem atingir os 282 milhões de euros e impedindo os cidadãos e empresas de tirarem pleno partido das vantagens da tecnologia 5G.
- Impacto na competitividade e inovação – A exclusão da Huawei do mercado português poderia levar a uma maior concentração de fornecedores, reduzindo a concorrência, aumentando os preços e comprometendo a eficiência energética das redes. Este cenário pode também prejudicar a capacidade de Portugal de atrair investimento estrangeiro e de se manter competitivo na era digital.
A Huawei tem desempenhado um papel de destaque no desenvolvimento das telecomunicações em Portugal ao longo dos últimos 20 anos de atividade no país.
Desde a criação da primeira rede comercial de High-Speed Downlink Packet Access (HSDPA), em 2005, até à expansão da rede 5G em 2022, com a utilização comercial das antenas da plataforma Hertz da Huawei, a empresa tem estado na vanguarda da inovação tecnológica no país. Estas iniciativas, juntamente com parcerias estratégicas com operadores locais e investimentos em infraestruturas, têm impulsionado a modernização das telecomunicações portuguesas e a transformação digital de vários setores.
O estudo divulgado agora é o primeiro trabalho público que quantifica os impactos das decisões anunciadas no ano passado relativas às redes de quinta geração.
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